sábado, 12 de dezembro de 2009

História Oral

Alunos: Andressa Aguiar, Felipe dos Santos, Killvyane Cortese, Rafane Paixão, Sirlane Marques

História Oral

A história oral é a utilização metodológica de fontes orais pelo historiador. Os historiadores gregos antigos como Heródoto e Tucídides, por exemplo, não tinham outra alternativa a não ser utilizar relatos orais.
A importância da tradição oral, no registro da história, era enorme e passada de geração a geração. Entretanto, ao longo do tempo, essa importância foi dando lugar à escrita por conta de fatores como a invenção da imprensa e a alfabetização, que contribuíram amplamente para a valorização das fontes escritas frente às orais, tida cada vez mais como inferior. Nesse processo de inversão de fontes documentais, pode-se distinguir duas etapas: a crítica feita, pela erudição beneditina moderna, no século XVII, às lendas orais das origens de Roma e à hagiografia medieval e a constituição, com base no positivismo, da História enquanto ciência apoiando-se, exclusivamente, no documento escrito, a partir do século XVIII.
Em princípios de 1930, nos Estados Unidos, se inicia a história oral moderna, com a investigação sobre a memória dos antigos escravos a partir de relatos orais. Mas é aproximadamente na década de 1980, que ela conquista a Europa ocidental. P. Joutard aponta que a nova História oral estaria ligada as transformações das disciplinas históricas e ao processo de evolução das sociedades ocidentais, pois a tecnologia, cada vez mais, facilita o contato verbal em detrimento do relato escrito. Além disso, também torna possível que indivíduos geralmente “excluídos” da história oficial, tal como as minorias, possam ser ouvidos. É o caso das mulheres, minorias étnicas, mundos populares, entre outros.
Outro de seus grandes êxitos é, a sua capacidade em poder estar presente na vida cotidiana, no mais banal, desde os comportamentos familiares, passando pelos rituais, e as redes de sociabilidade. Até na história clássica, onde os documentos escritos são mais presentes, ela pode ter seu lugar. Na vida política, por exemplo, as conversas podem atribuir grande valor no sentindo de paliar possíveis lacunas ou até mesmo fornecer um outro ponto de vista sobre os fatos passados.
A história oral permite uma mais profunda investigação a sujeitos e fatos pouco noticiados, ela faz com que apareçam outras motivações como, por exemplo, as redes paralelas de poder e as formas de resistência ao enquadramento oficial.
A história oral não dispensa os métodos comprovados da crítica histórica, ela atua no sentido de complementar os outros tipos de fontes. Tornou-se, então, cada vez mais clara a importância da utilização da fonte oral, pois ela pode ultrapassar as engessadas formas e o racionalismo dos recursos escritos e ir mais além, o que é muito bem-vindo em uma história que se quer cada vez mais antropológica.

Palavras-chaves: memória, testemunho, investigação oral, lacuna documental.

Bibliografia:

JOUTARD, Philippe. História Oral. IN: Dicionário das Ciências Históricas. BURGUIERE, André (Org.). Rio de Janeiro, Imago, 1993.

SIMSON, Olga, Roteiro Didático. Laboratório de História Oral (LAHO). Disponível em:
http://www.centrodememoria.unicamp.br/laho/roteiro.html Acessado em: 05/11/2009 às 15:00.

TRUESDELL, Bárbara. Oral History Techniques. Disponível em: http://www.indiana.edu/~cshm/oral_history_techniques.pdf Acessado em: 05/11/2009 às 14:30.

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